Dólar abre em alta, com mercado è espera de inflação dos EUA e ainda repercutindo tarifas de Trump


No dia anterior, a moeda norte-americana avançou 0,45%, cotada a R$ 5,8285. Já o principal índice da bolsa de valores brasileira encerrou em alta de 0,02%, aos 124.799 pontos.
Cris Faga/Dragonfly/Estadão Conteúdo
O dólar abriu em alta nesta sexta-feira (28) , com o mercado na expectativa pela divulgação de novos dados de inflação dos Estados Unidos. Por volta das 9h10, a moeda já encostava nos R$ 5,85.
O país vive um período de dificuldade de trazer a inflação para a meta de 2% ao ano e há uma preocupação de que as medidas tarifárias recentemente anunciadas pelo presidente Donald Trump possam impactar ainda mais os preços dos insumos e produtos que chegam ao país.
Trump voltou a falar sobre as tarifas nesta quinta-feira (28) e disse que pretende impor taxas de 25% sobre todos os produtos importados da União Europeia que chegam ao país. o presidente também indicou que as taxas impostas ao México e ao Canadá devem entrar em vigor em 4 de março e que a China deve receber uma tarifa adicional de 10% nesse dia.
Mais inflação pode levar o Federal reserve (fed, o banco central americano) a voltar a elevar suas taxas de juros, hoje entre 4,25% e 4,50% ao ano, para tentar conter o avanço dos preços. Expectativas de juros maiores na maior economia do mundo, porém, fazem o preço do dólar subir no mundo todo.
Veja abaixo o resumo dos mercados.
Em meio a decretos de Trump elevando tarifas, veja principais itens do comércio entre Brasil e EUA e as tarifas cobradas
Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
Dólar
Às 09h10, o dólar subia 0,30%, cotado a R$ 5,8457. Veja mais cotações.
No dia anterior, a moeda americana teve alta de 0,45%%, cotada a R$ 5,8285.
Com o resultado, acumulou:
alta de 1,71% na semana;
recuo de 0,15% no mês; e
perdas de 5,68% no ano.

a
Ibovespa
O Ibovespa começa a operar às 10h.
Na véspera, o índice teve alta de 0,02%, aos 124.799 pontos.
Com o resultado, o Ibovespa acumulou:
queda de 1,83% na semana;
perdas de 1,06% no mês;
alta de 3,75% no ano.

O que está mexendo com os mercados?
A política tarifária do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, continua a impactar os negócios pelo mundo. Nesta quinta-feira, o destaque ficou com a nova afirmação do republicano de que pretende impor uma tarifa de 25% sobre os produtos importados pelo país da União Europeia (UE).
“Nós tomamos uma decisão, vamos anunciá-la muito em breve. Será de 25%, de maneira geral. Em carros e algumas outras coisas”, afirmou Trump.
O republicano ainda afirmou que a relação do país com a UE é diferente daquele com Canadá e México, pois os europeus estariam “tirando vantagem” dos americanos nas trocas comerciais.
“Não aceitam nossos carros, nem nossos produtos agrícolas, usando as mais variadas justificativas. E nós aceitamos todos os produtos deles. Isso nos deixa com um déficit de US$ 300 bilhões com a União Europeia”, disse Trump.
No início deste mês, a UE já havia se pronunciado contrária às novas tarifas sobre importações, sinalizando que “responderá com firmeza” caso as taxações do republicano sejam aplicadas ao bloco europeu.
O republicano também afirmou que as tarifas impostas sobre México e Canadá entrarão em vigor em 4 de março, conforme o programado, porque ainda há entrada de drogas nos EUA provenientes desses países.
Trump acrescentou, ainda, que cobrará uma taxa adicional de 10% sobre a China nesse dia, de acordo com uma publicação em sua plataforma na Truth Social.
As ameaças tarifárias reforçam a preocupação com uma possível guerra comercial e reacendem o aletra sobre uma possível elevação das expectativas de inflação na maior economia do mundo. Se os insumos e produtos que chegam ao país ficam mais caros, isso pode afetar diversas cadeias produtivas e o consumidor final.
Uma inflação maior pode levar o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) a voltar a elevar suas taxas de juros, hoje entre 4,25% e 4,50% ao ano, nos próximos meses, o que tende a valorizar o dólar.

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