Caramujo africano: projeto orienta sobre controle e manejo correto da espécie invasora, no Amapá


Molusco é considerado uma praga no Brasil, no entanto, em algumas partes de Moçambique serve como alimento. Durante o projeto, 5 docentes moçambicanos da área agrícola foram capacitados para o manuseio correto. Caramujo-gigante africano é uma espécie exótica e invasora
ICMBio/Divulgação
No período de inverno, o ambiente se torna propício para reprodução dos caramujos africanos (Achatina fulica), uma espécie invasora que causa prejuízos à agricultura e pode transmitir doenças. No Amapá, o projeto ‘Caramujo Africano’ ensina sobre o controle e manejo correto do molusco.
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Ao decorrer do projeto, cinco docentes da área agrícola de Moçambique foram capacitados com atividades de extensão, para o manejo adequado dos animais, visto que em determinadas áreas do país o caramujo também é considerado um alimento.
“Esses professores que são formados no eixo agrícola poderem ver de perto como é feito o controle, o manejo correto do caramujo africano, eles vão poder levar esses conhecimentos para o seu país e aplicar também junto aos agricultores e agricultoras de Moçambique”, disse Célia da Costa, coordenadora do projeto.
Pesquisadores discutem manejo correto e ações de controle do caramujo africano
Veja o que fazer para acabar com a presença do caramujo africano:
Se preferir use uma pá para fácil manuseio;
Utilize uma sacola plástica com cal virgem para colocar dentro os caramujos coletados;
Deixe os caramujos dentro da sacola por 30 minutos para que a cal virgem faça a calcificação do caramujo, o que causa a morte da espécie.
Cave um buraco com profundidade na profundidade de 20 cm e salpique cal virgem para evitar contaminação do solo;
Jogue diretamente no buraco os caramujos junto com a cal virgem e enterre;
Não jogue sal no caramujo africano, pois isso pode causar a salinização do solo e dispersar possíveis patógenos que o caramujo hospeda por meio do muco;
Recomendações
Não deixe crianças e animais domésticos manusearem o caramujo africano;
Antes de consumir hortaliças, legumes e frutas, lave-os e deixe-os de molho em solução de hipoclorito de sódio ou água sanitária. Para cada litro de água são utilizadas duas colheres de sopa. Deixe de molho por 15 minutos e depois enxague;
Mantenha o seu terreno limpo, pois os caramujos gostam de fazer tocas em entulhos e folhagens;
Faça a coleta dos caramujos sempre no final da tarde, afinal os caramujos têm hábitos noturnos;
Se você teve contato com a espécie e tiver sintomas. Procure um posto de saúde mais próximo.
O projeto já se estende para a quinta etapa. Na capacitação com os moçambicanos, a área de estudo e pesquisa foram as doenças que o caramujo pode transmitir.
Além do conhecimento adquirido em pesquisa de campo, 40 agricultores do Amapá foram atendidos com orientações sobre a praga, que além de propagar as doenças pode prejudicar plantios.
David Afonso é um professor e engenheiro agrônomo de Moçambique que passa pela capacitação no Amapá, ele contou à Rede Amazônica que é realizado um comparativo da praga nos diferentes países.
“Conseguimos identificar, ver várias coisas diferentes do que nós temos no nosso país e conseguimos ver algumas semelhanças naquilo que está sendo desenvolvido no estado do Amapá e existe potencialidade, algo que de fato deve se explorar para poder melhorar não só o ensino e aprendizado mas também para a comunidade que vive aqui”, contou.
A coordenadora do projeto disse ainda que os cuidados no período do inverno amazônico, em que frequentemente há a presença de fortes chuvas, o cuidado é ainda mais necessário, pois o ambiente se torna completamente favorável.
“Os caramujos africanos têm hábito do ambiente úmido, então, quando é no inverno, há um ambiente propício, ideal para eles fazerem a reprodução, por isso que eles aparecem mais nesse período, que tá chovendo, que tem alimentação abundante e que eles também possam ter a possibilidade de locomoção, pois o caramujo africano não gosta do sol, ele fica escondidinho na toca, e quando é a noite ele sai para então caçar e se reproduzir”, finalizou Célia.
Além disso, o caramujo africano é o possível hospedeiro de duas doenças: a meningite e a angiostrongilíase abdominal e um hospedeiro de zoonoses.
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