‘Vai precisar arremeter, o trem de pouso não baixou’, disse piloto para torre de controle antes de pousar de ‘barriga’ em aeroporto de Sorocaba

Quatro pessoas estavam na aeronave, mas não ficaram feridas. Pista do aeroporto ficou interditada. Piloto contatou torre de controle antes de pousar de ‘barriga’ em aeroporto de Sorocaba
O piloto do avião que pousou de “barriga” no aeroporto de Sorocaba (SP) na segunda-feira (10) informou à torre de controle que precisaria arremeter após constatar problemas no trem de pouso da aeronave.
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“Vai precisar arremeter, o trem de pouso não baixou”, disse o piloto em um áudio ao qual o g1 teve acesso. Ouça acima.
A torre respondeu que estava ciente e informou que o piloto poderia fazer o circuito completo, caso quisesse. Confira o diálogo completo:
Piloto: “Vai precisar arremeter, o trem de pouso não baixou.”
Torre: “Ciente. Se desejar, pode realizar um circuito completo.”
Piloto: “Então, vou realizar um circuito completo, por gentileza.”
Torre: “Não há problema. Se desejar também e houver necessidade de fazer uma passagem baixa para verificação, fica a seu critério.”
Piloto: “Vou fazer uma passagem sobre a pista.”
Torre: “Positivo. Estou ciente.”
Piloto: “Tá girando base, torre. Vai fazer mais uma passagem.”
Torre: “Afirmativo.”
Piloto: “Mas não baixou, não [o trem de pouso].”
Torre: “Nós recebemos informação de visual das três rodas baixadas.”
Torre: “O senhor não está recebendo indicação de travado em nenhum dos três? [trens de pouso].”
Piloto: “Somente da dianteira. O trem principal, não.”
Torre: “Ciente.”
Piloto: “Torre [o avião está] girando base e vai tentar o pouso.”
Torre: “Ciente. A pista está livre, pouso autorizado.”
Avião faz pouso de ‘barriga’ em aeroporto de Sorocaba
Procedimento é seguro
Arremetidas acontecem quando o avião precisa interromper o pouso por alguma razão. O procedimento é considerado seguro e normal na aviação.
São vários os motivos que podem levar o piloto a decidir pela interrupção do pouso. Entre eles:
Mudança repentina na direção ou na velocidade do vento;
Chuva forte sobre o aeroporto;
Presença de algum obstáculo na pista, como um animal ou mesmo pedras.
Manobra de arremetida de aviões
Elcio Horiuchi/Arte/G1
Incidente
No caso do incidente no aeroporto de Sorocaba, a aeronave particular, uma Twin Commander, modelo 690D, prefixo PT-OQY, fabricada em 1985, tocou o solo às 8h53. Durante a manobra, o avião teve problemas no trem de pouso e arrastou a “barriga” na pista por aproximadamente 500 metros. Houve vazamento de combustível, e um princípio de incêndio, que foi controlado pelas equipes do aeroporto.
O trem de pouso é um dos principais componentes de uma aeronave, responsável por suportar seu peso durante as operações de decolagem e pouso. Ele é composto por rodas, pneus, freios e outros componentes, projetados para garantir que a aeronave possa decolar e pousar com segurança.
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Conforme apurado pela TV TEM, o voo partiu de Mandaguaçu (PR) com destino a Sorocaba. Quatro pessoas estavam a bordo: o piloto, o copiloto e outros dois ocupantes. Um dos passageiros é João Noma, dono de uma concessionária da Toyota em Maringá e proprietário do avião. Ninguém ficou ferido.
Em nota, a Toyota Noma Motors informou que, além dele, do piloto e do copiloto, um advogado também estava na aeronave. Nenhum dos ocupantes precisou de atendimento médico.
Por volta das 10h, o Aeroporto Estadual de Sorocaba Bertram Luiz Leupolz informou que a pista precisou ser fechada para remoção da aeronave e não havia previsão de liberação. A aeronave foi rebocada por volta das 12h, e a pista foi liberada.
Conforme o registro da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a aeronave particular possui dois motores turbo hélice e tem um peso máximo de decolagem de 4,8 mil kg. O modelo pode transportar até nove passageiros e foi comprado por João Noma em 2011.
Avião faz ‘pouso de barriga’ no aeroporto de Sorocaba
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