Após ataques em represa, Itirapina quer campeonato de pesca de piranhas, lei e outras medidas


Acesso ao Broa permanece proibido desde o fim de janeiro e sem previsão para liberação. Desequlíbrio com a introdução de espécies no local é uma das hipóteses para ataques. Após ataque de piranhas com 6 feridos, prefeitura proíbe acesso à represa no interior de SP
Prefeitura de Itirapina /Arquivo pessoal e Fabio Rodrigues/g1/arquivo
Após ataques de piranhas que deixaram pelo menos 6 feridos em janeiro, a Prefeitura de Itirapina (SP) anunciou, neste sábado (8), uma série de medidas que pretende implantar para evitar novos casos na represa do Broa.
Entre elas está a contratação de uma empresa para monitorar o local, uma nova lei e até um campeonato de pesca de piranhas. (veja mais abaixo).
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O acesso de banhistas ao local permanece proibido. No dia 31 de janeiro, um novo decreto foi publicado reforçando a proibição que abrange toda a extensão da área de banho e inclui pontos de entrada frequentemente utilizados por banhistas.
A represa do Broa é um importante ponto turístico da região e atrai centenas de turistas.
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Medidas anunciadas
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Prefeitura Municipal de Itirapina/Divulgação
Segundo a prefeitura, por ser um problema inédito no município, foram chamados especialistas e órgãos ambientais para a solicitação de orientações, como a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), a gestão da Área de Proteção Ambiental (APA) Cuesta Corumbataí, o Comitê de Bacias Hidrográficas, a Agência de Águas do Estado de São Paulo (SP Águas) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
Os professores Alberto Carvalho Peret (UFSCar) e Ricardo Jucá Chagas (UESB) recomendaram a realização de estudos e monitoramento para a obtenção de informações mais precisas.
Em reunião feita na terça-feira (4) entre representantes da prefeitura, associação de moradores e um biólogo especialista foram definidas três frentes de atuação:
Contratação de uma empresa especializada em realizar o monitoramento da ictiofauna (conjunto de espécies de peixes que habitam uma região biogeográfica) na represa, com o objetivo de levantar informações sobre as frequências de espécies que caracterizam o ecossistema. Com isso, será possível estimar os períodos e locais de maior risco das piranhas e referenciar as decisões da prefeitura.
A criação de uma lei municipal específica para a regulamentação da pesca no município, sobretudo da proibição da soltura de espécies invasoras.
A realização de um campeonato de pesca de piranhas organizado pela associação de moradores, seguindo as regulamentações ambientais pertinentes ao período da piracema.
Não foram divulgadas datas da implantação das medidas ou envio da lei para aprovação da Câmara.
Ataque de piranhas e proibição do acesso
Represa do Broa, em Itirapina, tem proibição temporária de acesso
O acesso de banhistas à Represa do Broa está temporariamente proibido devido a um ataque de piranhas que deixou seis turistas feridos nos dias 25 e 26 de janeiro.
O empresário Ednilson de Oliveira, de 46 anos, foi uma das pessoas atacadas e levou uma mordida profunda no calcanhar. Ele relatou uma “dor muito forte” e sangramento.
O risco à segurança dos frequentadores, turistas e moradores locais levou a prefeitura a publicar um decreto no Diário Oficial, no dia 27 de janeiro, proibindo o acesso ao Balneário Santo Antônio, conhecido na região como Represa do Broa.
No dia 31 de janeiro, um novo decreto foi publicado reforçando a proibição que abrange toda a extensão da área de banho e inclui pontos de entrada frequentemente utilizados por banhistas.
Entre as medidas novas adotadas, estão a instalação de placas de sinalização alertando sobre os riscos, monitoramento técnico contínuo da área e comunicação com órgãos competentes para garantir a segurança dos usuários. Embora o acesso à água esteja proibido, será permitida a entrada de embarcações, desde que os ocupantes não tenham contato direto com a água.
A prefeitura informou que as atividades náuticas, como motos aquáticas e esqui aquático, estão suspensas durante este período. A liberação da área para banho dependerá de uma avaliação técnica ambiental e do cumprimento das exigências estabelecidas pelos órgãos responsáveis.
Hipótese para os ataques
Turista teve pé mordido por piranha na represa do Broa em Itirapina
Arquivo pessoal e Fabio Rodrigues/g1/arquivo
Itirapina nunca havia registrado um ataque e piranhas e uma das hipóteses é o desequilíbrio causado pela introdução de espécies no local, como o tucunaré, segundo explicou ao g1 o biológo Fernando Magnani.
Segundo ele, o tucunaré é um predador de peixes menores como o lambari, nativo do local e que preda insetos e ovos de outros peixes, como as piranhas.
“E com isso você tem uma uma sobrevivência maior de alguns peixes que protegem as proles, como a piranha, o tucunaré, a tilápia, em detrimento do lambari que se tornou presa de todos os predadores que foram introduzidos na no local”, ressaltou.
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