Operação Lesa Pátria apreende dólares, euros e arsenal com 70 armas na casa de investigado em Palmas


Oito mandados de busca foram cumpridos no Tocantins pela Polícia Federal. Investigação no Tocantins é para apurar os organizadores e financiadores de ato que fechou a ponte entre Palmas e Luzimangues, em 2022. Operação Lesa Pátria: investigados prestam esclarecimentos à Polícia Federal
Durante o cumprimento dos mandados de busca da operação Lesa Pátria, na manhã desta quinta-feira (29), a Polícia Federal apreendeu cerca de 110 mil dólares e 26 mil euros com um dos alvos em Palmas, além de 70 armas. O g1 apurou que os mandados são relacionados à investigação que apura os financiadores do ato que fechou a ponte da Integração entre Palmas e Luzimangues, após o resultado das eleições presidenciais de 2022.
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Mansão em condomínio foi alvo de buscas
Divulgação
O g1 teve acesso à decisão do ministro Alexandre de Moraes que determinou as buscas.
“A investigação reúne indícios da prática de crimes cometidos no contexto das manifestações antidemocráticas ocorridas em Palmas, após a proclamação do resultado das eleições presidenciais de 2022 pelo Tribunal Superior Eleitoral”, diz trecho da decisão.
A decisão aponta que foi possível identificar cerca de 50 pessoas vinculadas aos atos, mas destaca aqueles que desempenharam um “papel de protagonismo” na organização das manifestações. Dentre os investigados estão lideranças religiosas e até dois coronéis da Polícia Militar do Tocantins.
Bloqueio na ponte sobre o lago de Palmas
Reprodução
O tenente-coronel da Polícia Militar (PM) Clauber de Abreu Martins é um dos investigados da operação e conversou com a equipe da TV Anhanguera sobre os atos em Palmas e o teor do depoimento que prestou aos federais.
“Viemos para cá para esclarecer o movimento que teve lá no QG. Basicamente eles estão atrás dos financiadores e dos baderneiros que estiveram lá em Brasília. E a gente veio para esclarecer a participação real nossa, de cada um de nós em relação a isso aí. Mas em relação à nós, à minha pessoa em si… Tem um agravante aí, mas eu deixo a Polícia Federal esclarecer depois. Mas isso aí não significa que a minha participação seja uma participação efetivamente um ato de 8 de janeiro, né, que onde teve a gravidade maior. Graças a Deus eu tenho a consciência limpa”, explicou o militar.
Além dele, Valter Nogueira, outro investigado, também estava na sede da PF nesta quinta-feira e falou sobre da participação nas manifestações.
“Eu participei de manifestações pacíficas em Palmas, no QG, na ponte. Porém, não fizemos nada de quebradeira, não participamos do ato de 8 de janeiro em Brasília. Enfim, estamos aqui para esclarecer qualquer coisa que a polícia perguntar”, disse.
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Para o ministro Alexandre de Moraes, os atos extrapolaram o direito de reunião e manifestação.
“Nesse caso, verifica-se o abuso reiterado do direito de reunião, direcionado, ilícita e criminosamente, para propagar o descumprimento e desrespeito ao resultado do pleito eleitoral para presidente e vice presidente da República”, diz outro trecho da decisão.
Um dos mandados de busca em Palmas foi cumprido em um condomínio de luxo, às margens do lago da capital. No local a PF encontrou um arsenal de armas – todas registradas, dólares e euros.
A decisão também determinou o afastamento do sigilo de dados telefônicos, bloqueio das redes sociais, suspensão de portes de arma e dos passaportes de investigados nesta fase da operação.
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