Médicos de hospitais regionais do Pará estão sem receber salários desde novembro de 2024, diz sindicato


O Hospital de Tucuruí e o Hospital Abelardo Santos são geridos pelas Organizações Sociais Instituto Diretrizes e Instituto Social Mais Saúde, respectivamente. O Sindicato denuncia o impacto na qualidade do atendimento e a falta de transparência nos contratos das OSs. Hospital Abelardo Santos
Agência Pará
Médicos de dois hospitais regionais estão com os salários atrasados desde o fim de 2024, no Pará. As unidades pertencem à rede pública do Governo do Estado, sob administração de duas Organizações Sociais (OS): Instituto Diretrizes e Instituto Social Mais Saúde.
Segundo o Sindicato dos Médicos do Pará (Sindmepa), a situação afeta os profissionais do Hospital Regional Dr. Abelardo Santos, em Belém, e do Hospital Regional de Tucuruí, no sudeste do estado.
O Sindicato afirma que os médicos de ambas unidades estão sem receber os honorários desde o mês de novembro de 2024.
No Hospital Regional Dr. Abelardo Santos, uma das maiores unidades de saúde pública do Pará, 190 médicos estão sendo afetados pelo atraso salarial.
A Secretaria de Estado de Saúde Pública do Pará (Sespa) disse que “o pagamento referente ao mês de novembro já foi repassado, dentro do prazo legal estabelecido”, para as duas Organizações Sociais que administram os Hospitais Regionais.
A Sespa afirmou ainda que o “pagamento de dezembro está em trâmite interno e será pago nos próximos dias” de janeiro aos institutos Diretrizes e Social Mais Saúde.
✅ Siga o canal do g1 Pará no WhatsApp
Situação compromete atendimento
O Sindicato dos Médicos do Pará afirma que o atraso salarial “prejudica não apenas os profissionais, mas também compromete o atendimento à população, já que a desvalorização dos médicos reflete na qualidade do serviço prestado”.
De acordo com o Sindmepa, é “inaceitável que esses profissionais, essenciais para o funcionamento do sistema de saúde, sejam tratados com tamanho descaso”.
Hospital Regional de Tucuruí, no sudeste do Pará.
Divulgação/Agência Pará
O Sindicato também acusa as OS’s de firmar contratos com “cláusulas que isentam as OSs de pagarem os médicos caso o governo não repasse as verbas e cláusulas que impedem a transparência em contratos que utilizam recursos públicos”.
Está marcada para as 20 horas desta sexta-feira (17) uma Assembleia Geral Extraordinária (AGE), junto com a diretoria colegiada da entidade, para tratar a questão no Abelardo Santos.
Posicionamento das Organizações Sociais
Em nota, o Instituto Social Mais Saúde, responsável pela gestão do Hospital Abelardo Santos, afirmou que está “em diálogo com o Sindicato e permanecemos à disposição para fornecer esclarecimentos adicionais, sempre pautados pela ética e responsabilidade”.
O Instituto Social Mais Saúde não informou prazo de pagamento dos salários, mas disse, referente aos contratos, que não há qualquer irregularidade nos referidos contratos.
O g1 ainda tenta contato com o Instituto Diretrizes, responsável pela gestão do Hospital Regional de Tucuruí. No Pará, os dois institutos administram também as unidades:
Hospital Oncológico Infantil Octávio Lobo
Hospital Regional Público do Leste
Hospital Regional do Baixo Tocantins
Hospital Materno-Infantil de Barcarena
Hospital Regional do Baixo Amazonas
Hospital Regional Público do Tapajó
Hospital Público Geral de Castelo dos Sonhos.
VÍDEOS: veja todas as notícias do Pará
Confira outras notícias do estado no g1 PA
Adicionar aos favoritos o Link permanente.