Após 36 horas, moradores de prédio onde apartamento de coronel pegou fogo seguem sem poder voltar para casa


Edifício passou por uma nova vistoria da Defesa Civil nesta segunda-feira (26). Segundo o órgão, ainda há material explosivo entre os escombros. Polícia busca coronel dono de apartamento em que houve série de explosões em Campinas
Moradores do condomínio Fênix, localizado na Rua Hércules Florence em Campinas, ainda não foram liberados para voltar para suas casas após 36 horas do incêndio que ocorreu no apartamento do 1º andar. O prédio passou por uma nova vistoria na manhã desta segunda-feira (26).
O imóvel pertence ao coronel Virgílio Parra Dias e armazenava 111 armas, “incontáveis” munições, pólvora e duas granadas. A Polícia Civil segue em busca do militar aposentado para prestar esclarecimentos.
De acordo com o diretor da Defesa Civil de Campinas, Sidney Furtado, ainda existe material explosivo nos escombros do apartamento.
“Nós não vamos liberar enquanto tiver esse risco, com munição no meio dos escombros”, afirma.
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O diretor explica que, por precaução, o prédio ainda não foi liberado e que a Polícia Militar segue com a varredura para garantir que o local tenha condições de segurança. A expectativa é que os moradores possam entrar para pegar seus pertences ainda nesta segunda.
Ainda conforme o diretor da Defesa Civil, apenas o primeiro pavimento do prédio está interditado e não foi constatado danos na estrutura do prédio. Após a retirada dos resíduos explosivos, o edifício deve passar por uma nova vistoria.
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Defesa Civil e Arquivo Pessoal
Energia desligada
Desde sábado (24), dia do incêndio, o prédio segue sem energia elétrica. A medida é para prevenir novas explosões. A Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL), responsável pela distribuição de energia, informou ao g1 que aguarda a solicitação das autoridades responsáveis para restabelecer o fornecimento de energia no local.
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Defesa Civil do Estado
Explosão seguida de incêndio
O apartamento pegou fogo na noite de sábado. Segundo a perícia, um artefato explodiu dentro do cofre onde o coronel Parra Dias guardava parte do arsenal e deu início ao incêndio.
Ao todo, 44 pessoas que estavam em andares superiores foram retiradas do prédio, parte delas por meio de cordas, em uma manobra semelhante à técnica de descida em rapel.
Trinta e quatro pessoas precisaram receber atendimento médico e foram encaminhadas para o Hospital Casa de Saúde e para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) São José — nenhuma em estado grave.
“A gente saiu com a roupa do corpo, literalmente, e fomos para o hospital. Chegamos lá, não tínhamos nem roupa. Mandaram dar um banho na gente, por causa da fumaça e saturação baixa”, diz a assistente administrativa Márcia Macedo.
Ao menos quatro viaturas do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e outras do Corpo de Bombeiros foram para o local.
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Rapel e escudos balísticos
A tática do Corpo de Bombeiros também envolveu o uso de escudos balísticos da Polícia Militar (PM), que serviram de proteção para que as equipes subissem as escadas do prédio.
“Como a escada estava comprometida, para as vítimas que tinham condições, a gente desceu por essa técnica de rapel por fora do prédio. E as vítimas que tinham mobilidade um pouco mais complicada, a gente ventilou a escada para elas conseguirem descer”, explicou o primeiro-tenente do Corpo de Bombeiros, Rafael Ribeiro Vieira.
“Quando a gente conseguiu identificar que todas as vítimas estavam em segurança, a gente esperou um pouco, diminuiu um pouco essa questão das explosões, aí o Baep nos auxiliou com dois escudos balísticos. A gente conseguiu ganhar o primeiro lance e acessar as vítimas que estavam acima”, resumiu.
Diversas viaturas do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e outras do Corpo de Bombeiros foram para o local.
Cão resgatado
Além das pessoas retiradas do prédio, um cão que estava no apartamento do general foi resgatado pelos bombeiros. Um vídeo mostra o animal com a equipe que o salvou. Veja abaixo.
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