Suspeito de matar engenheiro de férias no Brasil aponta segundo envolvido no crime, diz delegado


Preso há uma semana no RJ, Gabriel Souza Brito prestou depoimento nesta segunda-feira (22) em Ribeirão Preto, SP, onde é investigado pela morte de Beto Braga, de 34 anos, em dezembro. Gabriel Souza Brito, suspeito de matar o engenheiro Beto Braga em Ribeirão Preto, SP
Marcelo Moraes/EPTV
Em depoimento à Polícia Civil nesta segunda-feira (22), Gabriel Souza Brito, preso por suspeita de matar o engenheiro Beto Braga em dezembro de 2023 em Ribeirão Preto (SP), confessou participação no crime e apontou o envolvimento de uma segunda pessoa, segundo o delegado Targino Osório, responsável pela investigação.
“Foi um depoimento tranquilo na presença do advogado. Ele confessa a participação no delito, mas agora o trabalho ainda continua, porque existe uma terceira pessoa que nós temos apenas o apelido. Vamos tentar levantar quem é essa pessoa para deixar o caso bem claro (…) O Gabriel fala que conheceu o Paulo [Beto] através dessa terceira pessoa”, afirmou Osório.
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A partir de agora, a investigação caminha no sentido de identificar o segundo suspeito e saber qual a participação de cada um deles na morte. De acordo com Osório, um laudo atesta que o engenheiro foi morto por estrangulamento.
O caso, sob sigilo, continua sendo investigado como latrocínio, roubo seguido de morte. O celular da vítima não foi encontrado até o momento.
O engenheiro Beto Braga (à esquerda), morto em Ribeirão Preto, SP, e o suspeito do crime (à direita), Gabriel Souza Brito
Arte/g1
Novo pedido de desculpas
Após falar com a Polícia Civil nesta segunda-feira, Gabriel deu entrevista e voltou a pedir desculpas à família da vítima. Na sexta-feira (19), quando chegou à delegacia de Ribeirão Preto transferido de Nova Iguaçu (RJ), onde foi preso temporariamente por 30 dias, ele já havia se dirigido aos familiares de Beto enquanto falava com a imprensa.
“Eu queria pedir sinceras desculpas, de verdade, de coração, que não foi intencional que isso acontecesse, pra família, principalmente para a mãe. Eu não tenho mãe, mas eu imagino como ela deve estar sofrendo pra caramba. Eu também sou pai e eu não tenho nem noção de como isso deve estar sendo torturador.”
Beto Braga foi encontrado morto em apartamento na zona Norte de Ribeirão Preto, SP
Arquivo pessoal
Discussão
Durante a entrevista, o suspeito evitou falar sobre as circunstâncias da morte do engenheiro. No entanto, informou que houve uma discussão e consumo de entorpecentes.
“Acabou tendo uma discussão meio que entre eu e ele, e acabou acontecendo uma fatalidade, certo? Mas assim, não tem como falar muito, porque ficar remoendo isso toda hora machuca mais ainda a família. Eu estou pensando mais pela família do que em mim, sabe?”
De acordo com o advogado Wagner Simões, que assumiu a defesa de Gabriel nesta segunda-feira, a investigação vai comprovar que o cliente se encontrou com Beto, mas não teve envolvimento direto na morte dele.
“Ele não pode negar porque ele estava presente. Para todos os efeitos, a polícia identificou ele, sabe que o apartamento foi alugado em nome dele e a vítima contratou o trabalho dele. Então não tem como ele negar a participação, mas com o transcorrer das investigações, será provado que o fato não foi cometido por ele.”
Gabriel Souza Brito é suspeito de matar o engenheiro Beto Braga em Ribeirão Preto, SP
Marcelo Moraes/EPTV
Dinâmica
De acordo com o delegado, o médico legista responsável pelo laudo necroscópico deve prestar mais esclarecimentos nos próximos dias para ajudar a polícia a entender a dinâmica do crime.
“Acreditamos que nesse diálogo a gente terá uma noção da dinâmica dos fatos, se a vítima se encontrava em pé, se encontrava deitada, em que posição, se realmente podem ser duas pessoas, se necessariamente tem duas pessoas.”
Outros laudos são esperados pela polícia.
Relembre o caso
Conhecido como Beto, Paulo Roberto Carvalho Pena Braga Filho, de 34 anos, vivia em San Diego, nos Estados Unidos, e estava de férias em Ribeirão Preto em dezembro para passar as festas com a família.
Sobrado onde corpo de Paulo Roberto foi localizado pela Polícia Civil em Ribeirão Preto, SP
Valdinei Malaguti/EPTV
Em 30 de dezembro, Beto foi encontrado morto em um apartamento na Vila Amélia, dois dias depois de desaparecer ao sair de casa afirmando que iria se encontrar com amigos. Segundo a polícia, o imóvel era usado por garotos e garotas de programa para encontros.
Um dia após o sumiço dele, um estranho entrou em contato com a família dizendo estar com o celular do engenheiro. Após ir à polícia, a mãe de Beto marcou um encontro com a pessoa em um shopping na zona Sul da cidade, mas ela não apareceu. Desde a morte, o aparelho segue desaparecido.
Com a ajuda de um motorista de aplicativo, o corpo de Beto foi localizado. Segundo o delegado Targino Osório, responsável pelas investigações, um laudo atesta que o engenheiro foi morto por estrangulamento.
À esquerda, foto enviada por Beto Braga a amigo antes de ser achado morto; à direita, foto feita pela Polícia Civil no apartamento onde engenheiro foi localizado Ribeirão Preto, SP
Polícia Civil
Uma foto enviada pelo engenheiro a um amigo na noite de 28 de dezembro, quando desapareceu, ajudou a polícia a identificar Gabriel Souza Brito como suspeito.
Em um áudio obtido pela Polícia Civil com autorização da Justiça, o suspeito afirmou à namorada que não queria mais um homicídio nas costas, o que já sugeria aos investigadores a autoria. Gabriel tem passagem por estelionato, mas não por assassinato, o que levou a polícia a acreditar que ele estava falando sobre a morte de Beto Braga.
Na segunda-feira (15), policiais do Rio de Janeiro cumpriram um mandado de prisão contra Beto na casa da namorada dele em Nova Iguaçu.
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