As 25 profissões com falta de mão de obra qualificada que tiveram maiores aumentos salariais, segundo CNC


Os salários de técnico em secretariado e professor de educação infantil lideram o ranking de aumento salarial entre as 25 profissões com maior escassez de profissionais. O salário de professor de educação infantil subiu 14,6%, segundo a CNC
Drazen Zigic/Divulgação
O Brasil vive um dos melhores momentos para quem tem formação técnica se recolocar no mercado, segundo uma pesquisa feita pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
Além da oferta de empregos que exigem mão de obra qualificada ter aumentado significativamente, algumas profissões tiveram seus salários iniciais elevados.
O setor de serviços foi o que mais registrou aumento. Este ano, o salário de técnico em secretariado subiu 17,3%, e o de professor de educação infantil subiu 14,6%.
Essas duas profissões lideram o ranking de aumento salarial entre as 25 profissões com maior escassez de profissionais.
Abaixo, confira a lista completa.

Para fazer esse ranking, a CNC analisou as 203 profissões mais comuns no mercado formal e confirmou a tendência — observada desde o fim da pandemia — de falta de trabalhadores qualificados.
Além da falta de formação técnica, o aumento dos salários também pode ser explicado pela disputa entre empresas por candidatos qualificados, que estão mais exigentes, como mostrou o g1 em reportagem de novembro.
“O aumento salarial inicial é consequência direta da disputa entre empresas por mão de obra qualificada”, explica o economista da CNC responsável pelo estudo, Fabio Bentes.
Ele também destaca que a falta de profissionais qualificados é mais comum em momentos de crescimento econômico.
No trimestre encerrado em outubro, o Brasil teve o maior número de pessoas empregadas (103,6 milhões) de toda a série histórica da PNAD Contínua, a pesquisa de emprego do IBGE. O desemprego, por outro lado, atinge 6,8 milhões de brasileiros.
“A taxa de crescimento da economia superou as expectativas na primeira metade do ano, e o crescimento do PIB contribui para este fenômeno, assim como outros fatores, como a redução da população na força de trabalho”, afirma o presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, José Roberto Tadros.
Em momentos de retração da economia, acontece o contrário. Bentes explica que, com menos oportunidades de trabalho, a falta de profissionais qualificados chega a zero.
Trabalhadores mais exigentes
Com o mercado de trabalho aquecido, os candidatos se sentem mais confiantes para buscar empregos com salários maiores, jornadas flexíveis e atividades mais adequadas às suas qualificações, explica Lucas Assis, economista da Tendências Consultoria.
Por conta disso, algumas empresas têm enfrentado dificuldades em contratar. É o caso da Premium Essential Kitchen, uma rede de restaurantes corporativos.
“Já fiz de tudo que você puder imaginar: bônus de até R$ 2 mil para o funcionário que indicar um amigo; ‘RH na rua’, para anunciar vagas nas comunidades, e temos uma academia de formação gratuita para capacitar profissionais”, lista Caroline Nogueira, dona da empresa.
No setor industrial, essa tem sido a terceira maior preocupação dos empresários, ficando atrás apenas da carga tributária e do alto custo da matéria-prima, de acordo com a sondagem da Confederação Nacional da Indústria.
A Engelmig Energia diz ter mais de 250 vagas abertas por mês, e a empresa tem investido em cursos gratuitos de formação para tentar suprir a dificuldade de encontrar profissionais capacitados no setor, que exige rigorosos padrões de segurança.
Situação parecida acontece nos restaurantes. A maior dificuldade para preencher as vagas em aberto para 89% dos empresários também está relacionada à falta de qualificação dos candidatos, segundo pesquisa da Abrasel.
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