Atriz Sylvia Bandeira retorna a Brasília com a peça Bonitinha, mas Ordinária

Atriz Sylvia Bandeira retorna a Brasília com a peça Bonitinha, mas OrdináriaRedação GPS

A veterana atriz Sylvia Bandeira não é uma exceção à regra de muitas pessoas que vem à Brasília no bate-volta a trabalho e que vão embora levando na memória o combo clássico dos turistas: Esplanada dos Ministérios, Catedral, Torre de TV, prédios dos Três Poderes e fim de linha. A grande maioria sai impressionado com a beleza arquitetônica de Oscar Niemeyer, mas com a sensação de ser uma cidade fria e pouco acolhedora.

Há dez anos, o destino fez com que Sylvia mudasse de opinião e se encantasse com o outro lado da capital. Sua filha, Melina, casou-se com um diplomata, mudou-se para cá e virou, ao lado da filha Maria Antônia, de três anos, a cicerone da mãe. Com uma guia tão próxima, Sylvia descobriu os cafés nas entrequadras, as caminhadas entre os blocos da Asa Sul, o verde, a sensação de segurança, as floradas dos ipês, os azulejos de Athos Bulcão, as curicacas passeando pelos gramados e o pôr do sol pujante e inesquecível.

Atriz Sylvia Bandeira retorna a Brasília com a peça Bonitinha, mas Ordinária

Sylvia e sua filha, Melina

Melina viveu em Brasília em 2014 e 2016, depois morou em outros países, voltou à capital federal e deixou para a mãe um legado importante: vivenciar Brasília tal qual os apaixonados por essa cidade única e envolvente. A frieza vai e volta com aqueles que nunca procuraram entendê-la. Sylvia conta que está feliz por voltar ao Distrito Federal nesta semana para subir ao palco em Bonitinha, mas Ordinária, peça de Nelson Rodrigues, que está em cartaz na Caixa Cultural até 22 de dezembro.

Eu tinha uma relação de trabalho com Brasília onde estive em cartaz com algumas peças, mas nunca tinha procurado entender a cidade e, só depois de conviver, ainda que como visitante, pude senti-la”, conta a atriz, que já se apresentou com a peça Tudo no Escuro, em 2001, no Teatro Nacional Claudio Santoro. Curiosamente, o compositor e maestro que dá nome ao local é primo de sua mãe.

Ela conta, ainda, que é filha de diplomata e, por isso, já morou em países como Suíça, França e Austrália, e acredita ter sentido, em Brasília, um pouco de cada um desses lugares onde já viveu.

Atriz Sylvia Bandeira retorna a Brasília com a peça Bonitinha, mas Ordinária

A peça Em Bonitinha, mas Ordinária, que tem direção de Bruce Gomlevsky, Edgard é um rapaz de origem humilde que faz um acordo para se casar com Maria Cecília, uma moça rica que foi desonrada. Mas sua vizinha, Ritinha, se torna um dos vértices de um triângulo amoroso. Lígia, a personagem vivida por Sylvia na trama, é uma mulher alienada que acredita que o marido é “santo” e um homem “bom”, assim como muitas mulheres reais que acreditam cegamente em seus companheiros.

A nova montagem, idealizada pela Quereres Produções, surge 62 anos depois de sua primeira encenação. O texto dialoga com a sociedade atual ao abordar temas fortes como a violência contra a mulher, o racismo e a hipocrisia.

Atriz Sylvia Bandeira retorna a Brasília com a peça Bonitinha, mas Ordinária

Ricardo Blat, Lorena Comparato e Sylvia Bandeira

Bonitinha, mas Ordinária já teve inúmeras versões para os palcos e três adaptações para o cinema. A encenação de Gomlevsky manteve a ambientação da história na década de 1960. “A peça fala sobre a elite do atraso que está no poder há anos oprimindo as pessoas. As lutas identitárias não podem perder o foco, já que a exploração e a desigualdade continuam”, comenta o diretor.

Além das apresentações, a produtora promove ainda a Oficina do Riso. Com duração de quatro horas, será realizada no dia 14 de dezembro e terá 25 vagas destinadas a atores principiantes e profissionais que desejem aprender ferramentas para a arte do humor. A oficina destina-se à prática da comicidade, por meio de jogos e improvisações entre os participantes.

Serviço Bonitinha, mas Ordinária, de Nelson Rodrigues Local: Caixa Cultural Brasília Endereço: Setor Bancário Sul Q. 4|Lotes 3/4 – Asa Sul, Brasília – DF Datas: de 12 a 22 de dezembro de 2024 Horários: quinta-feira a sábado às 20h; domingo às 19h Classificação Indicativa: 16 anos Duração: 110 min Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia – incluídos clientes CAIXA) à venda, a partir de 7 de dezembro (para o primeiro final de semana) e 14 de dezembro (para o segundo final de semana). Na bilheteria da CAIXA Cultural, às 9h, e no site Bilheteria Cultural, às 13h.

*Há acessibilidade para pessoas com deficiência e intérprete de libras em todas as sessões.

Oficina do Riso, com Cláudio Gabriel Local: Teatro da CAIXA Cultural Brasília Data: 14 de dezembro Horário: das 14h às 18h Duração: 240 min Público-alvo: atores e atrizes (seleção mediante o envio de breve currículo) Vagas: 25 | Início das inscrições: 5 de dezembro a partir das 13h, por meio de link disponibilizado no site da CAIXA Cultural

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