Morre professora de Uberlândia que lutava contra leucemia mieloide aguda


Ketllen Damasceno Sestak tinha 43 anos, era casada e mãe de três filhos. Ela foi diagnosticada com leucemia mieloide aguda em dezembro de 2023. Ketllen Damasceno Sestak
Redes sociais/Reprodução
Morreu nesta quarta-feira (27) a professora de inglês Ketllen Damasceno Sestak, que lutava contra a leucemia mieloide aguda em Uberlândia. O velório ocorre nesta quinta (28) na Paz Universal e o enterro está previsto para o início da tarde no Cemitério e Crematório Parque dos Buritis.
A informação da morte foi divulgada nas redes sociais de Ketllen, que ela usava para compartilhar sua rotina, pedir ajuda financeira para o tratamento e incentivar a doação de medula óssea.
Ela tinha 43 anos, era casada e mãe de três filhos, nasceu em Uberaba e morava em Uberlândia há 15 anos.
A professora recebeu o diagnóstico do câncer em dezembro de 2023. Em abril deste ano, ela recebeu o resultado que a doença tinha entrado em remissão. Mas, em setembro, Ketllen descobriu que a leucemia tinha retornado.
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O que é leucemia mieloide aguda?
É um tipo de câncer que afeta o sangue e a medula óssea – onde as células sanguíneas são produzidas –, ocorre quando a medula óssea começa a produzir células mieloides anormais que se proliferam rapidamente, impedindo a formação de células sanguíneas saudáveis. Isso resulta em sintomas como fadiga, infecções frequentes, sangramentos fáceis e anemia.
No começo de outubro de 2024, Ketllen conversou com o g1 e contou a história dela. Leia abaixo.
Ketllen e a família
Reprodução/Arquivo Pessoal
A luta de Ketllen contra o câncer
A história da mãe de três filhos que se dividia entre os cuidados da casa e as aulas de inglês que lecionava, começou de forma silenciosa e indolor.
“Eu estava fazendo a unha em uma manicure. Enquanto a gente conversava ela estranhou uma marca roxa na minha perna e me perguntou o que tinha acontecido. Como eu tenho um cachorro da raça labrador e sou tão estabanada quanto uma mulher de 1,73 poderia ser, imaginei que era algo comum do dia a dia, mas ela insistiu que aquele roxo era diferente”.
Foi então que, de maneira despretensiosa, Ketllen procurou uma clínica para fazer o hemograma e se viu diante da doença que até então nunca teve contato pessoalmente.
“Depois do exame, eu segui a minha vida normal até que a clínica me ligou e disse que o exame precisaria ser revisado. A partir daí eu comecei a achar tudo muito esquisito, uma clínica nunca havia me ligado para falar algo assim. Lembro que naquela noite eu nem dormi”.
Após desligar o telefone, as ações de Ketllen se resumiram em enviar o exame para uma amiga médica e para o pai, que mesmo não sendo da área da saúde tem vários amigos do ramo. Horas depois, a campainha do pai na porta a surpreendeu e marcou o que seria o início de uma jornada contra a leucemia.
“Meu pai mora em Uberaba, ele gastou menos de uma hora para chegar aqui em Uberlândia. Quando eu vi que era ele tocando a campainha da minha casa percebi que algo errado estava acontecendo”.
O que aconteceu em seguida foi definido pelo médico que a atendeu naquele mesmo dia como “a pior notícia que ela iria ouvir na vida”.
“Eu nunca imaginei que eu tinha leucemia. Nunca conheci ninguém que tivesse a doença, era algo fora da minha realidade. O médico disse então que eu não deixaria o hospital nos próximos 30 dias”.
Nos dez dias que se passaram, a rotina de Ketllen se resumiu em fazer transplantes de sangue e se preparar para a quimioterapia que seria realizada para conter a doença. Com uma voz firme, a professora disse que mesmo não tendo sentido nada, ela sabia o quão avassaladora é a quimioterapia em casos de leucemia.
Ketllen durante tratamento
Reprodução/Arquivo Pessoal
“Mesmo em meio a tudo isso nada me doeu tanto quanto ver que a leucemia tirou meus filhos, minha casa, minha família e meu cachorro. Foi extremamente doloroso. Lembro de passar o Natal daquele ano longe de todos eles e saber que nada no mundo era tão importante quanto o dia a dia com a minha família”.
Tempos depois, com a doença controlada, Ketllen retornou para a família, mas sua história com a leucemia ainda não tinha acabado. Meses depois, a leucemia voltou.
“Neste ano, em setembro, eu estava conversando com o meu marido quando notei uma nova mancha em minha perna. Na mesma hora pensei em ir fazer um exame. No outro dia, quando meus filhos se preparavam para ir para a escola foi como se um buraco tivesse novamente sido aberto, a leucemia havia voltado”.
No perfil do Instagram dela, @ketllendamascenosestak, diversas pessoas diziam orar e torcer pela cura dela, trazendo palavras de bom ânimo. Do mesmo modo, Ketllen contou que nunca iria desistir e que se mantinha firme no tratamento.
“Nada vai me fazer desistir, eu posso até ir embora, mas até a última gota de sangue eu irei lutar, meus filhos jamais me verão deitada em uma cama”.
Ela também disse.
“Não posso mais ignorar a morte, então presto mais atenção à vida”.
Pofessora conta que a doença a fez valorizar cada dia
Reprodução/Arquivo Pessoal
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