PMs acusados de matar jovem dentro de casa na frente dos pais são julgados dez anos após o crime


Marcos Laurindo da Silva tinha 21 anos quando foi morto dentro de casa na comunidade Bola na Rede, na Zona Norte do Recife. Marcos Laurindo tinha 21 anos quando foi morto, em 2013
Acervo pessoal
Começou, nesta terça-feira (20), o julgamento dos dois policiais militares acusados de participação na morte do jovem Marcos Laurindo da Silva, que aconteceu em 2013 no bairro da Guabiraba, na Zona Norte do Recife. O julgamento teve início às 10h no Fórum Rodolfo Aureliano, na Ilha de Joana Bezerra, área central da capital pernambucana.
Marcos Laurindo, na época com 21 anos, foi assassinado dentro de casa, na frente dos pais e de uma criança de dois anos, no dia 17 de maio de 2013. O crime aconteceu na comunidade Bola na Rede.
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Os réus são os seguintes:
Ex-PM Diogo Pereira de Barros, que atirou: responde por homicídio qualificado, porte ilegal de arma de fogo e fraude processual;
PM Paulo Sérgio da Silva: falso testemunho, fraude processual e porte ilegal de arma de fogo.
Diogo foi excluído da corporação em maio de 2015 após responder a um processo disciplinar na Corregedoria da Secretaria de Defesa Social (SDS), no qual foi considerado responsável pelo homicídio. Paulo cumpriu pena de 30 dias de prisão administrativa por tentar acobertar o crime “corroborando com a falsa existência de arma de fogo na cena”, segundo a SDS.
De acordo com o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), o julgamento é presidido pela juíza Maria Segunda Gomes de Lima. Estão previstos os depoimentos de cinco testemunhas e o interrogatório dos dois réus durante a manhã.
Ainda de acordo com o tribunal, à tarde, é esperado nove horas de exposição de teses de acusação e de defesa, com 2h30 para cada, duas horas para réplica e tréplica.
O g1 tenta contato com as defesas de Diogo Pereira de Barros e Paulo Sérgio Reis da Silva.
O caso
Segundo o Ministério Público de Pernambuco (MPPE), a investigação realizada pela Polícia Civil indica que Marcos Laurindo estava bêbado quando os policiais Diogo Pereira e Paulo Sérgio pararam a viatura em frente à casa do jovem.
Após abordagem inicial, Marcos Laurindo entrou correndo para dentro de casa, sendo seguido pelo policial Diogo Pereira. Dentro da residência, ele atirou contra a vítima, que morreu no local em frente aos pais e a uma criança de dois anos.
Ainda de acordo com o MPPE, os PMs contaram, durante a investigação do caso, que Marcos Laurindo teria resistido à abordagem e disparado contra a viatura, mas a versão foi descartada pela Polícia Civil com base nas provas encontradas no local do crime e relatos de testemunhas.
A investigação também apontou que Paulo Sérgio não participou diretamente da morte da vítima, mas mentiu durante a apuração do caso para sustentar a versão apresentada por Diogo Pereira de Barros.
Segundo o Gabinete Assessoria Jurídica às Organizações Populares (Gajop), que representa a família da Marcos Laurindo no caso, Diogo, autor dos disparos, foi excluído da Polícia Militar após responder a um processo disciplinar na Corregedoria da Secretaria de Defesa Social.
Paulo Sérgio da Silva foi punido com 30 dias de prisão administrativa por “tentar acobertar o supracitado crime, corroborando com a falsa existência de arma de fogo”, mas permanece na corporação, ainda de acordo com o Gajop.
Os dois acusados responderam o processo em liberdade, após a justiça negar o pedido de prisão preventiva solicitado pelo MPPE em 2014.
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