Máquina da Polícia Civil para fazer triagem de DNA está quebrada há 9 meses

Alternativa também está fora de funcionamento desde novembro. Um dos equipamentos poderia ser reparado por R$ 16 mil. Máquinas ajudam a elucidar crimes como assassinatos e estupros. Máquina da Polícia Civil para fazer triagem de DNA está quebrada há 9 meses
Duas máquinas da perícia da Polícia Civil que ajudam a esclarecer crimes como estupros e assassinatos estão quebradas. Uma delas está sem funcionar há nove meses e o conserto custa menos de R$ 16 mil reais.
As duas máquinas fazem triagem de DNA para a checagem de material genético, como sangue. Uma quebrou em abril do ano passado e a outra, que já não era muito utilizada por ser mais antiga, parou de funcionar em novembro.
O caso foi revelado pelo RJ2 no fim de janeiro, mas o problema persiste. Na época, a secretaria de Polícia Civil do Rio informou que a previsão para o conserto seria na segunda quinzena de fevereiro.Entretanto, o problema ainda parece longe do reparo.
O valor exato do reparo em uma das máquinas é R$ 15.671. Essa proposta foi enviada pela empresa responsável pela manutenção do equipamento no dia 4 de maio do ano passado – oito dias depois de a maquina quebrar.
Mas o processo para a contratação do serviço só começou a andar no último dia 24, de acordo com este documento da procuradoria do estado, que não foi assinado.
O parecer só entrou no sistema de processos do governo, o sei, no dia 31 – um dia depois de a reportagem ser veiculada.
Nele, a procuradoria diz que a empresa que faz a manutenção da máquina, a Life Life Technologies Brasil, pode ser contratada sem licitação, uma vez que só ela tem capacidade técnica no Brasil para fazer o reparo.
A pressa em dar uma solução para o problema estava clara nas comunicações do Instituto de Pesquisa e Perícia em Genética da Polícia Civil.
Neste documento, o IPPGF diz: “Tal equipamento apresentou problemas no dia 26 de abril: sua tela não apresenta imagens e não é feita conexão com o computador de operação”.
E completa: “Cabe destacar que o referido equipamento é crítico para a conservação do quantitativo de análises realizadas semanalmente no IPPGF, uma vez que faz interface direta com a plataforma automatizada de manipulação de amostras. A alternativa disponível se mostra, relativamente, mais lenta e laboriosa, prejudicando o ritmo das atividades de bancada”.
A alternativa, era a segunda máquina, mais antiga e com menos recursos – que acabou também apresentando defeito agora em novembro.
Também chama a atenção o prazo pro reparo: 37 dias. Em pouco mais de um mês, ao custo de menos de R$ 16 mil, a máquina já estaria funcionando e ajudando a polícia a esclarecer crimes.
“Peritos ouvidos pela reportagem criticam a demora e o descaso com o departamento. “Tendo em vista o ganho para a sociedade e a complexidade do aparelho, [o valor] não é nada tão absurdo. Quando a gente vai pensar em compra de fuzil, um fuzil é muito mais midático, um colete, viatura ou aéronave é muito mais visivel para a população que um reagente ou um aparelho, mas a gente precisa entender a importancia da perícia para a diminuição da impunidade no nosso brasil. Não existe Justiça em lugar nenhum do mundo se a perícia não é valorizada”
Um problema que de arrasta há nove meses – período em que a Policía Civil teve três secretarios: Fernando Albuquerque, José Renato e agora Marcos Amin.
O que dizem os citados
A Superintendência-geral de Polícia Técnico-científica informou que o trabalho que não depende desses equipamentos continua sendo feito.
Sobre a demora pro conserto da primeira máquina quebrada, a superintendência disse apenas que a secretaria de Polícia Civil conduz as contratações públicas com responsabilidade e respeito às normas e reiterou que todas as amostras que estão aguardando vão ser processadas assim que a máquina voltar a funcionar. A previsão pro reparo é até o fim do mês de fevereiro.
Com relação ao equipamento que parou em novembro, a superintendência não deu uma previsão de quando vai consertá-lo.
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