Campinas tem alta de 115% na coleta de lixo que pode virar criadouro do mosquito da dengue

Em 2023, foram coletadas 32,8 mil toneladas, mais que o dobro das 15,2 mil toneladas do ano anterior. Cidade vive alerta para possível explosão de casos em 2024. Campinas (SP) registrou aumento de 115% no volume de resíduos coletados com potencial para acúmulo de água, que podem servir de criadouros para o mosquito transmissor da dengue – após registrar a 6ª maior epidemia em 2023, a cidade está em alerta para uma possível explosão de casos em 2024 – entenda abaixo.
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O levantamento da Secretaria Municipal de Serviços Públicos mostra que em 2022 foram coletadas 15,2 mil toneladas de resíduos gerados por moradores pelas equipes de limpeza urbana. Em 2023, o volume mais que dobrou, chegando a 32,8 mil toneladas.
São materiais diversos recolhidos pelos cata-trecos, desde garrafas e embalagens de uso comum, como pneus e carcaças de aparelhos eletrônicos que podem deixar a água parada e, com isso, contribuir para a proliferação do mosquito transmissor da dengue.
De acordo com a Secretaria Municipal de Serviços Públicos, os materiais coletados são levados para uma triagem e depois vão para o aterro sanitário em Paulínia (SP).
O empresário Emerson Vetaca conta que produz resíduos com frequência, porque consome produtos em embalagens e que sempre tem garrafas de plástico em casa, mas que costuma fazer varredura no quintal para deixar tudo limpo.
“Existe uma preocupação bastante grande, e a gente tenta repassar para os filhos, que a organização é de fundamental importância. Ainda mais se tratando de várias doenças que a gente vem enfrentando. A dengue, por exemplo, se você largar uma água acumulada, pode gerar a morte de alguém […] sempre fica resíduo. É importante que a gente pegue esse resíduo e coloque na pia para descartar totalmente o líquido”, conta Emerson.
Campinas registra aumento de 115% na coleta de lixo que pode formar criadouros do mosquito da dengue
Reprodução EPTV
Explosão de casos
Campinas fechou 2023 com 11,2 mil casos de dengue e três mortes, e a reintrodução dos sorotipos 3 e 4 da doença (são quatro existentes) fez o governo municipal entrar em alerta para uma explosão de casos, com a intenção de não enfrentar o cenário “dramático” de 2015, com 65 mil registros e dez óbitos.
O tipo 3 do vírus circulou em Campinas pela última vez em 2009, e o tipo 4 havia sido registrado anteriormente em 2014.
Crianças, adolescentes, além de adultos e idosos que não tiveram contato com a doença anteriormente são os mais vulneráveis. Além disso, há risco de dengue grave quando uma pessoa é infectada por tipo diferente ao anterior.
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Orientações à população
🌡️ A dengue causa febre alta e repentina, dores no corpo, manchas vermelhas na pele, vômito e diarreia, resultando em desidratação.
🩸 A infecção também pode ser assintomática ou apresentar quadro leve. A forma grave da doença inclui dor abdominal intensa e contínua, náuseas, vômitos persistentes e sangramento de mucosas.
⚠ Todas as faixas etárias são igualmente suscetíveis à doença, porém as pessoas mais velhas e aquelas que possuem doenças crônicas, como diabetes e hipertensão arterial, têm maior risco de evoluir para casos graves e outras complicações que podem levar à morte.
🚨 Ao apresentar estes sintomas, o morador deve procurar uma das unidades de saúde da cidade para atendimento médico, segundo a Secretaria de Saúde.
Confira algumas das medidas de combate ao mosquito:
Utilize telas de proteção com buracos de, no máximo, 1,5 milímetros nas janelas de casa;
Deixe as portas e janelas fechadas, principalmente nos períodos do nascer e do pôr do sol;
Mantenha o terreno limpo e livre de materiais ou entulhos que possam ser criadouros;
Tampe os tonéis e caixas d’água;
Mantenha as calhas limpas;
Deixe garrafas sempre viradas com a boca para baixo;
Mantenha lixeiras bem tampadas;
Deixe ralos limpos e com aplicação de tela;
Limpe semanalmente ou preencha pratos de vasos de plantas com areia;
Limpe com escova ou bucha os potes de água para animais;
Limpe todos os acessórios de decoração que ficam fora de casa e evite o acúmulo de água em pneus e calhas;
Coloque repelentes elétricos próximos às janelas (o uso é contraindicado para pessoas alérgicas);
Velas ou difusores de essência de citronela também podem ser usados;
Evite produtos de higiene com perfume porque podem atrair insetos;
Retire água acumulada na área de serviço, atrás da máquina de lavar roupa.
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