‘Não é um acarajé’: conheça a fantasia de clitóris de foliona de bloco feminista de SP


Foliona participa há quatro anos do bloco Pagu com a mesma fantasia; bloco levou milhares de foliões nesta terça-feira (13) para o Centro da capital paulista. Nathalia Cordazzo, de 37 anos, no bloco Pagu nesta terça-feira (13) em São Paulo
Felipe Gutierrez/g1
Há quatro anos Nathalia Cordazzo, de 37 anos, participa do bloco feminista Pagu, na capital paulista, com a mesma fantasia: a de um clitóris. A roupa sempre chama a atenção, principalmente de quem não sabe ao que ela faz referência.
“Já me perguntaram se era um acarajé. Eu nunca explico o que é. A ideia é usar o humor e ser algo que as mulheres identificam”, afirma.
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Nathalia ainda conta que a fantasia é feita por ela mesmo. A montagem começa com a preparação do maiô com as peças e, depois, o estandarte. “Eu me sinto à vontade por ser um bloco feminista”, diz ela.
Nathalia Cordazzo, de 37 anos, no bloco Pagu
Felipe Gutierrez/g1
Bloco Pagu
O bloco feminista Pagu levou milhares de pessoas ao centro de São Paulo no começo da tarde desta terça-feira (13).
Além de uma bateria só de mulheres, os foliões também puderam curtir um trio elétrico com seis cantoras que só tocam músicas que ficaram famosas em vozes femininas.
No ano passado, pelo menos 50 mil pessoas foram ao cortejo, segundo as organizadoras. E a expectativa deste ano era de ter um número parecido.
Bloco Pagu nesta terça-feira (13) em São Paulo
Felipe Gutierrez/g1
O Pagu não é só um bloco. A organização também tem uma oficina de percussão, que forma a maioria das mulheres que tocam no carnaval. Neste ano, foram cerca de 140 mulheres na bateria. Há músicos homens, mas são poucos.
O bloco é feminista porque o carnaval é uma festa predominantemente masculina, diz a cantora Bárbara Eugênia, que é integrante do Pagu desde o início, em 2016.
“A bateria, principalmente, é muito masculina, e nós queremos exaltar a mulher e a força feminina de nutrição e apaziguamento”, afirma.
Bloco Pagu no Centro de SP
Felipe Gutierrez/g1
Além de Eugênia, Thereza Menezes, uma das fundadoras do Pagu, diz que as baterias até têm mulheres, mas não em todas os instrumentos.
“Geralmente elas ficam em chocalho e agogô, a gente quis abrir um espaço para que elas se sentissem seguras em uma bateria”.
A primeira vez que o bloco participou do carnaval foi em 2017. Inicialmente, o Pagu se concentrava no Pátio do Colégio, local considerado o marco zero de São Paulo. Dois anos depois, no entanto, o ponto de concentração se mudou para a esquina das avenidas Ipiranga e São João.
E a alteração foi por motivos logísticos: a bateria ficou grande e precisava de espaços mais amplos para se locomover, e as vias do circuito atual permitem isso.
Neste ano, o bloco decidiu homenagear Rita Lee. As cantoras do bloco foram Bárbara Eugênia, Raquel Tobias, Sol e Julia Valengo, com as convidadas Ava Rocha e Julia Mestre.
Bloco Pagu nesta terça-feira (13) em São Paulo
Felipe Gutierrez/g1
Bloco Pagu nesta terça-feira (13) em São Paulo
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