Helicóptero está desaparecido há mais de 10 dias em SP; veja cronologia


Helicóptero que deixou São Paulo com destino a Ilhabela está desaparecido desde o dia 31 de dezembro. Quatro pessoas estavam na aeronave. Buscas continuam. Helicóptero que desapareceu com 4 pessoas a caminho do Litoral Norte de SP.
André de Sousa
As buscas pelo helicóptero com quatro pessoas a bordo que desapareceu durante um voo que partiu do Campo de Marte, em São Paulo (SP), com destino à Ilhabela, no litoral norte paulista entram no décimo dia.
O caso aconteceu no dia 31 de dezembro, às vésperas do Ano Novo. Desde então, nada relacionado a aeronave Robinson 44 e aos passageiros foi encontrado.
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Força Aérea faz buscas por helicóptero com 4 pessoas que saiu de SP e desapareceu a caminho do Litoral Norte.
Arte/g1
O g1 apurou que os ocupantes do helicóptero são:
Luciana Rodzewics, de 45 anos;
Letícia Ayumi Rodzewics Sakumoto, de 20 anos (filha de Luciana);
Raphael Torres, 41 anos (amigo de Luciana e Letícia);
Cassiano Tete Teodoro, de 44 anos (o piloto).
Luciana Rodzewics, de 45 anos; a filha dela, Letícia Ayumi Rodzewics Sakumoto, de 20 anos estavam na aeronave.
Arquivo pessoal
Desaparecimento
A viagem teve início por volta das 13h15 do último dia 31. Pouco tempo depois, a aeronave fez um pouso em uma área próximo à represa de Paraibuna (SP).
Na ocasião, Letícia chegou a trocar mensagens com o namorado. Ela conta que o grupo chegou a fazer um pouso antes de retomar o voo e perderem contato. Letícia enviou duas fotos do local para o namorado.
Helicóptero chegou a fazer pouso de emergência em área de mata, antes de retomar voo e desaparecer em SP.
Arquivo pessoal/g1
As mensagens foram enviadas no domingo e a jovem escreveu:
“Tempo ruim. Não dá para passar. Medo”.
Depois, Letícia envia uma mensagem dizendo que fizeram um pouso de emergência.
“Pousamos no meio do mato”, disse.
Na sequência, o namorado pergunta em qual local ela estava e a jovem diz não saber.
“Sei lá, estou parada no meio do mato”, afirmou Letícia.
Por fim, Letícia conta que eles ainda estavam tentando entrar em Ilhabela e que iriam voltar para a capital. Depois dessas mensagens, a jovem enviou o vídeo mostrando o tempo chuvoso e com muita neblina, que dificultavam a visibilidade (assista vídeo abaixo).
Antes de helicoptero desaparecer, passageira enviou vídeo para namorado: ‘Tempo ruim’
O vídeo do tempo fechado, com a informação de que estavam voltando para a capital, foi a última comunicação que a jovem teve com a família desde quando o helicóptero desapareceu.
Ainda no dia do desaparecimento, o passageiro Raphael Torres enviou um áudio ao filho, às 14h25 — cerca de 1h10 depois da decolagem — dizendo que haveria uma mudança de rota por causa das condições climáticas e que a aeronave iria para Ubatuba, também no litoral norte.
“Vi que você leu minha mensagem agora. Acho que vou para Ubatuba, porque Ilhabela está ruim. Não consigo chegar”, disse o empresário em áudio enviado ao filho às 14h25.
O empresário Raphael Torres é um dos passageiros do helicóptero que sumiu em São Paulo
Arquivo pessoal
O último sinal de celular emitido foi o de Luciana, às 22h14 do dia 1º de janeiro, cerca de 33 horas após a decolagem em São Paulo.
Ao g1, a irmã da passageira Luciana informou que eles planejavam fazer um bate-volta para Ilhabela. Ela alega que Raphael é amigo do piloto e convidou a Luciana e a filha para esse passeio. Não era, segundo ela, um passeio contratado.
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Buscas
Ainda no dia 31 de dezembro, às 22h40, foi gerado um alerta para o Comando de Aviação e para o Corpo de Bombeiros, já que não havia registro de pouso da aeronave ou possibilidade de contato com o piloto.
Desde então, a Força Aérea Brasileira (FAB) tem procurado o helicóptero desaparecido. Segundo a FAB, no entanto, a área delimitada é de cerca de 5 mil quilômetros — o que dificulta as buscas.
Inicialmente as investigações iniciais apontavam para a possibilidade de o helicóptero estar em alguma área entre a Serra do Mar, que é uma região de floresta densa do bioma Mata Atlântica, e Caraguatatuba (SP), cidade vizinha ao arquipélago de Ilhabela.
Na primeira semana, além da FAB, a Polícia Militar e a Polícia Civil também iniciaram o auxílio nas buscas pelo helicóptero desaparecido.
FAB concentra buscas em área de mata por helicóptero que desapareceu em SP
Ainda nos primeiros dias, as buscas pelo helicóptero foram concentradas no litoral norte, Paraibuna, Natividade da Serra, Redenção da Serra, São Luiz do Paraitinga e Salesópolis.
Durante a segunda semana, a concentração das buscas foi voltada às cidades de Paraibuna, Redenção da Serra e Natividade da Serra, próximo à represa onde o helicóptero fez o último pouso registrado.
Na primeira semana, além da FAB, da PM e da Polícia Civil, um helicóptero do Cavex de Taubaté também auxiliou nas buscas. O modelo utilizado para as buscas foi o Pantera K2.
Aeronave do Cavex de Taubaté vai auxiliar buscas por helicóptero desaparecido em SP
Tenente Luara Leimig
Um dia depois, no sábado (6), a Polícia Civil passou a utilizar drones para auxiliar nas buscas pelo helicóptero desaparecido.
Ainda no sábado, foi identificado por meio da imagem do drone um objeto suspeito entre as árvores. O helicóptero Pelicano, da Polícia Civil, foi ao local para ajudar na averiguação do objeto suspeito. Porém, na sequência, a polícia constatou que se tratava de um tronco de árvore.
Polícia Civil instala base operacional em Paraibuna na busca pelo helicóptero desaparecido em SP
Rauston Naves/TV Vanguarda
Até esta terça-feira (9), a FAB já havia cumprido mais de 80 horas de voo.
O SC-105 Amazonas foi a primeira aeronave a participar as buscas, que começaram no dia 1° de janeiro. O modelo conta com 15 tripulantes – a maioria dos profissionais a bordo ficam nas laterais da aeronave de busca observando o solo abaixo para localizar possíveis sinais do helicóptero desaparecido.
Outro modelo da FAB que participa da operação é o H-60 Black Hawk, um helicóptero militar versátil de médio porte, usado em larga escala para infiltração e retirada de tropa para missões de resgate e busca e salvamento.
A aeronave pode percorrer até 295 quilômetros em apenas uma hora e conta com nove tripulantes a bordo nas buscas pelo helicóptero desaparecido.
H-60 Black Hawk, da Força Aérea Brasileira
Divulgação/Força Aérea Brasileira
Além da FAB, a operação conta com auxílio de dois helicópteros Pelicano da Polícia Civil. Cada aeronave do modelo ‘Esquilo’ opera com quatro pessoas a bordo, sendo dois pilotos e dois tripulantes.
O modelo tem quase onze metros de comprimento e mais de três metros de altura. Pesa 1,1 tonelada vazio e pode comportar um peso máximo de 2,2 toneladas.
Helicóptero Pelicano, da Polícia Civil
Divulgação/Secretaria de Segurança Pública
Dois helicópteros Águia da Polícia Militar também participaram da busca. O Águia 12 é equipado com FLIR (do inglês ‘Forward Looking Infra-Red’), que detém uma câmera termal (infravermelha) e de grande possibilidade de zoom, o que amplia a capacidade das buscas.
Também empregado na operação, o Águia 33 conta com a capacidade de voo por instrumentos (o que dá mais segurança) e piloto automático (provoca menor carga de trabalho no voo, com mais atenção de todos nas buscas).
Helicóptero Águia, da Polícia Militar
Divulgação/Polícia Militar
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