Peixe-morcego parece ‘caminhar’ no fundo do mar e tem estrutura na cabeça para atrair presas


Da família Ogcocephalidae, animal se locomove com o auxílio de nadadeiras peitorais e pode ser encontrado em todo litoral do Brasil. Conheça o peixe-morcego, espécie presente em todo litoral brasileiro
Leonardo Merçon/iNaturalist
Com uma aparência um tanto quanto peculiar, o peixe-morcego ocorre em toda costa brasileira e costuma viver literalmente no fundo do mar, escondido na areia. Animais que vivem associados ao substrato marinho recebem o nome de bentônicos pela biologia.
“Os peixes-morcego são encontrados associados ao substrato, ou seja, vivendo em fundos de areia, lodo e rochas. Habitam estuários e plataformas continentais em profundidades de até 100 metros”, explica o biólogo e doutor em Ecologia e Conservação Matheus Oliveira Freitas, do Instituto Meros do Brasil.
A espécie Ogcocephalus vespertilio é um peixe ósseo da família Ogcocephalidae, da qual se tem registro de, pelo menos, dez gêneros e 78 espécies diferentes.
“O Oceano Índico é onde se concentra a maioria dos táxons. No Brasil, 14 espécies válidas estão descritas, e outras estão em fase de descrição por pesquisadores. Dentre essas, a mais comum é o próprio peixe-morcego (Ogcocephalus vespertilio)”, diz Matheus.
Estrutura na cabeça do peixe-morcego serve para atrair presas
Bernard Picton/iNaturalist
Machos e fêmeas são parecidos e podem medir até 30 centímetros. A locomoção é um dos assuntos mais curiosos sobre a espécie.
Com o auxílio das nadadeiras peitorais, o peixe parece “caminhar” sob o fundo do mar. De acordo com o biólogo, o formato corporal não permite uma natação rápida, mas ele pode realizar pequenos movimentos mais acelerados, quando necessário, com o auxílio da cauda.
“Muitos pescadores relacionam seu nome popular à forma de seu corpo, e aos movimento de deslocamento no fundo do mar, muito parecidos com morcegos rastejando pelo chão”, esclarece o pesquisador.
Peixe-morcego é encontrado em praia de Santos, SP
Rubens Carvalho/Arquivo Pessoal
Outra peculiaridade do peixe-morcego é uma estrutura na ponta da cabeça que lembra um chifre, mas que é mole.
Esse apêndice rostral é chamado de ilício e é movimentado pelo peixe com o objetivo de atrair as presas: pequenos caranguejos, siris e camarões. A alimentação é feita durante a noite, já que a espécie durante o dia fica parada em fendas e sob lajes.
“Por não ser uma espécie abundante e sem valor comercial, pouco se conhece sobre a biologia reprodutiva, apenas que realizam a fecundação externa”, completa Matheus Freitas.
O peixe-morcego é inofensivo ao ser humano e não está está ameaçado na costa brasileira.
VÍDEOS: Destaques Terra da Gente
Veja mais conteúdos sobre a natureza no Terra da Gente
Adicionar aos favoritos o Link permanente.