Bolsonaro fez que não ao ser perguntado se reunião golpista estava sendo gravada


Presidente foi questionado Wagner Rosário ,ex-CGU, sobre registro do encontro com os ministros. Após negativa, grupo continuou a falar sobre urnas eletrônicas. Bolsonaro fez que não ao ser perguntado se reunião golpista estava sendo gravada
O presidente Jair Bolsonaro sinalizou durante a reunião com ministros do dia 05 de julho de 2022, alo de investigação da Polícia Federal, que a conversa não estaria sendo gravada. Em um dos trechos da reunião, quando se falava de urnas eletrônicas, o ex-ministro-chefe da Controladoria Geral da União Wagner Rosário interrompe a própria fala para questionar se estava sendo gravado.
O ex-presidente Bolsonaro e Braga Netto, ex-ministro-chefe da Casa Civil, fazem sinal de negativo com o dedo.
Rosário: “A reunião está sendo gravada?”
Braga Netto: “Não”
O ex-ministro da Casa Civil olha para Bolsonaro e faz o sinal de negativo com a mão. Bolsonaro repete o mesmo sinal.
Bolsonaro e Braga Netto respondem negativamente quando perguntados se reunião era gravada.
STF/Reprodução
“Eu mandei gravar a minha fala”, disse Bolsonaro.
O discurso do ex-presidente ocorreu no início da reunião, antes de o microfone ser passado aos demais presentes. Ao “confirmar” que a reunião não era gravada, Wagner Rosário continua sua fala sobre a segurança das urnas eletrônicas.
“O TCU já soltou um relatório dizendo que as urnas são seguras. O relator foi o Bruno Dantas (ministro do Tribunal de Contas da União)”, falou Rosário.
Bolsonaro toma a palavra e pede aos presentes da reunião que articulassem para que órgãos como a Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União (CGU), e até entidades externas como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), fizessem uma nota afirmando que seria “impossível” atingir as condições necessárias para garantir a lisura das eleições de 2022.
Bolsonaro propõe nota conjunta de todos os presentes na mesa para dar credibilidade a tentativa de golpe
Por meio de nota, a OAB negou que tenham ocorrido investidas de Bolsonaro e seus aliados para legitimar o discurso contra a validade das eleições:
“Reiteramos a confiança da OAB no sistema eleitoral e nas urnas eletrônicas. Relembramos ainda todas as ações concretas tomadas pela Ordem para rechaçar as acusações infundadas feitas contra o sistema eleitoral e para defender a Justiça Eleitoral.
O ex-presidente Jair Bolsonaro e seus interlocutores nunca procuraram a OAB para pedir apoio a críticas infundadas contra o sistema eleitoral. Caso alguém pedisse apoio da OAB para essa pauta, receberia um não como resposta.
A OAB não toma lado nas disputas político-partidárias e mantém posição técnico-jurídica. A atual gestão da Ordem tem como prioridade atuar em temas do dia a dia da advocacia, como as prerrogativas da profissão. Por não assumir lado na disputa ideológica e partidária, a OAB recebe críticas de setores das diversas linhas ideológicas que tentam obter apoio da entidade para seus diferentes pleitos.”
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