No comando da AGU, Bruno Bianco respaldou, em reunião, encontro de Bolsonaro com embaixadores sobre urnas eletrônicas


Ex-presidente se tornou inelegível, por decisão do TSE, por abuso de poder político na reunião que disseminou, sem provas, suspeitos contra o sistema eleitoral. AGU é o órgão de assessoramento jurídico da Presidência. Reunião entre Bolsonaro e ministros investigada pela PF
Reprodução
O ex-advogado-geral da União Bruno Bianco defendeu, em uma reunião ministerial de Jair Bolsonaro (PL), o encontro do ex-presidente com embaixadores, que tornou Bolsonaro inelegível por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação.
O AGU é responsável por assessorar juridicamente, de forma “direta, imediata e pessoalmente” o presidente da República.
As declarações constam de um vídeo com a íntegra da reunião, realizada em julho de 2022, que embasou a operação da Polícia Federal contra militares e ex-ministros de Bolsonaro suspeitos de participarem de uma tentativa de golpe de Estado.
O encontro, que contou com a participação de outros ministros do governo, ocorreu 13 dias antes da reunião de Bolsonaro com embaixadores.
Em sua fala, Bianco disse que Bolsonaro estava “corretíssimo com relação à reunião com embaixadores”.
“O senhor também está correto em mostrar para o mundo, como chefe de Estado, a sua postura”, disse o então advogado-geral da União.
As imagens foram encontradas no computador de Mauro Barbosa Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, e tornadas públicas nesta sexta-feira (9) pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
No encontro, o então presidente Bolsonaro e ministros debateram “ações” antes das eleições daquele ano. Segundo a PF, o ex-presidente ordenou a disseminação de informações fraudulentas para tentar reverter a situação na disputa eleitoral – e evitar uma eventual vitória do então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
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